O Jardim Secreto conta a história de Mary Lennox, uma menina mimada e arrogante. A típica criança que provavelmente você não convidaria para a sua festa de aniversário ou não sentaria ao lado dela na sala de aula. Depois de perder os seus pais ainda muito nova, ela é enviada à Inglaterra para viver com seu tio. Mal sabe que essa mudança irá transformar a ela e todos a sua volta por completo. O Jardim Secreto é um livro maravilhoso sobre amizade, afeto, cura e transformação. Mágico e envolvente. Uma leitura carregada de lições que guardaremos por toda a vida.
“O Jardim Secreto” foi um filme marcante na minha infância. Lembro-me de tê-lo assistido pela primeira vez, lá pelos seis, sete anos de idade, junto com a minha tia e já me apaixonar pela história e por toda a magia existente em seu entorno. Desde então, em toda transmissão realizada pela Sessão da Tarde, lá estava eu em frente ao televisor. E, há pouco tempo, graças a Netflix, tive o prazer de conseguir revê-lo.
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Imagem do filme
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Semana passada, consegui, enfim, ler o livro no qual o filme foi baseado. Para quem não sabe, a obra foi criada há mais de um século. Publicada originalmente em 1909, foi escrita pela inglesa Frances Hodgson Burnett, também autora de “A Princesinha” (inspiração para o filme homônimo que muitos de vocês devem conhecer!!).
Apesar de a obra cinematográfica, de 1993, seguir bastante o livro, alguns pontos são um tanto diferentes e, já no início, é possível notá-los. Por exemplo, os pais da personagem principal, Mary Lennox, ingleses residentes na Índia e que mal tinham contato com a filha, morrem após serem infectados por um surto de cólera (no filme, era como consequência de um terremoto). A Senhorita Mary, uma menina extremamente mimada de nove anos, é então enviada para a Inglaterra para viver com o Sr. Archibald Craven, seu tio e tutor, em Misselthwaite Manor – uma propriedade gigantesca com mais seiscentos anos e cerca de uma centena de cômodos, localizada próxima a um pântano em Yorkshire.
Por seu tio permanecer afastado por longos períodos, Mary é deixada sobre os cuidados da governanta local, Sra. Medlock (totalmente diferente da megera apresentada no filme), e de Martha, uma das empregadas da casa e que acaba virando sua amiga.
Mas o que teria para fazer uma criança sozinha em um local tão grande quanto Misselthwaite Manor? Incentivada por Martha, Mary começa a explorar o terreno, onde acaba conhecendo o idoso Ben Weatherstaff, jardineiro local, e seu pintarroxo. Dentre os jardins presentes na localidade, a menina logo descobre a existência de um permanentemente trancado, onde ninguém entra há dez anos. Com a ajuda do pintarroxo, Mary encontra a porta e a chave, descobrindo ali, um emaranhado de árvores secas e ervas daninha. Percebendo isso, ela resolve cuida-lo, encontrando, enfim, um sentido para sua vida. Mas aquele deverá ser um segredo apenas dela, ninguém nunca deverá saber disso!
Com a ajuda de Dickon Sowerby, irmão de Martha e seu novo amigo com quem acaba compartilhando o jardim secreto, o local começa a ganhar, novamente, vida. Com a chegada da primavera, o jardim se modifica: os tons de cinza, tão presentes nos últimos anos, transformam-se em verde, até alcançarem outras cores, com flores magníficas, as quais Mary nunca havia sequer posto os olhos. Com sua nova rotina, a, anteriormente, desagradável e esquelética Srta. Mary, ganha peso e, assim como seu jardim secreto, uma nova vida.
Mas a propriedade ainda guardava outro segredo, ao qual a menina nem imaginava. Após ouvir sons de choro e Martha desconversar ao ser questionada a respeito, Mary descobre não ser a única criança naquela casa: há ainda seu primo, Colin. Pouco visto pelo pai, o menino vive trancafiado em um quarto escuro, sem sair da própria cama, pois acredita que irá morrer a qualquer momento. Esse encontro acaba por influenciar a vida de ambos. Impressionado com as histórias do tal jardim e com a esperança de conhecê-lo, Colin, com o apoio de Mary e Dickon, começa a ganhar novas forças.
Não sei o que mais me encanta nesse conto: o casarão antigo cheio de quartos, a época na qual a história acontece, o jardim com todas as suas flores e cores ou, simplesmente, a trama em si. O livro, narrado em terceira pessoa, é de uma simplicidade gigantesca e inspiradora. É extremamente difícil transformar em palavras o quão incrível é a história de Burnett.
Apenas para finalizar, o livro possui 312 páginas (edição de 2012, da Dracaena), sua escrita é simples e a leitura bastante rápida, sendo indicada para todas as idades. Além disso, eu realmente acredito que todos deveriam dedicar um tempo para a leitura! E quem se interessar pelo filme, é só acessar a Netflix! 😉
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