29 dezembro 2016

RESENHA: Morte na Mesopotâmia – Agatha Christie


Para a enfermeira Amy Leatheran, sua paciente era um caso muito estranho. Louise, casada com um famoso arqueólogo, sofria de angústia nervosa, segundo seu marido. Suas fantasias eram vívidas e macabras: uma mão decepada, um rosto cadavérico contra a vidraça... Mas de que ou de quem ela teria tanto medo? Perto do marido e de velhos colegas e amigos, ela estaria a salvo. Entretanto, a formalidade do grupo não parecia natural: pairava no ar uma tensão, um certo desassossego. Algo muito sinistro estava acontecendo. E tinha a ver com... assassinato. Mrs. Leidner é assassinada. Fora algo muito estranho pois ninguém vira pessoas circularem no pátio do local que dava acesso a cena do crime. Quem teria feito tal monstruosidade? Só uma pessoa poderia responder: Hercule Poirot.
O ano quase finalizado e eu consegui incluir mais um clássico de Agatha Christie na minha listinha. Desta vez, trata-se de “Morte na Mesopotâmia”, escrito em 1936 e, novamente, trazendo o belga Hercule Poirot como detetive.

Nessa trama, o mistério apresentado pela autora se desenvolve na localidade iraquiana de Hassanieh, próxima a Bagdá; mais precisamente, em um sítio arqueológico. Ali vivem pessoas de diferentes nacionalidades e personalidades, entre elas uma senhora inglesa (Miss Johnson), dois rapazes americanos (Mr. Reiter e Mr. Coleman), um casal espanhol (Mrs. e Mr. Mercado) e um monge francês oriundo do Cartago, responsável por decifrar algumas inscrições encontradas nas escavações (Padre Lavigny), além do Dr. Leidner, arqueólogo responsável pela expedição, e sua esposa, a bela Louise Leidner.

Em um local com pessoas tão diferentes é natural que ocorram alguns constrangimentos. E a personagem central de algumas dessas situações delicadas é a própria Mrs. Leidner, que encontra prazer em realizar jogos mentais e provocações para com os outros moradores. Entretanto, ela frequentemente envolve-se em crises de pânico, afirmando sofrer ameaças contra a própria segurança.

Preocupado com o estado psicológico da esposa, Dr. Leidner contrata, então, Amy Leatheran, enfermeira perspicaz e observadora, para cuidar de Louise. Alguns dias depois, um crime vem a ocorrer e Hercule Poirot é convidado para auxiliar a polícia local a resolvê-lo. Mas onde todos parecem culpados, quem teria sido capaz de cometer tal crime?

Para quem gosta de livros de mistério, com uma boa dose de suspense, essa trama é perfeita. Além de prender a atenção do leitor do início ao fim, a leitura flui de maneira verossímil, tornando-se rápida e nada cansativa. A narrativa é desenvolvida em primeira pessoa, com os fatos sendo contados totalmente por Mrs. Leatheran, tornando a trama fácil de ser entendida, dando uma visão própria aos acontecimentos centrais e à investigação desenvolvida por Poirot.

Morte na Mesopotâmia” é um livro inteligente, como todas as grandes obras de Agatha Christie conseguem ser. E para quem gosta de o “Assassinato do Expresso do Oriente”, na parte final da narrativa apresenta uma leve citação sobre os acontecimentos desse outro grande livro da “velha dama”.

16 dezembro 2016

RESENHA: A Fúria dos Reis (As Crônicas de Gelo e Fogo #2) – George R.R. Martin

Quando um cometa vermelho cruza o céu de Westeros, os Sete Reinos estão em plena guerra civil. Os exércitos dos Stark e dos Lannister estão se preparando para o confronto final, e Stannis-irmão do falecido Rei Robert-, desejoso de possuir um exército que lute pela sua reivindicação ao trono, alia-se a uma misteriosa religião oriental. Porém, seu irmão mais novo também se proclama rei. E, enquanto isso, os Greyjoy planejam vingança contra todos os que os humilharam dez anos atrás. Ainda, no distante Leste, poderosos dragões estão prestes a chegar aos Sete Reinos, trazendo fogo e morte...Um perigo de proporções gigantescas, muito maior do que as grandes guerras! Nesta tão esperada sequência de A guerra dos tronos, George R. R. Martin cria uma obra de incrível poder e imaginação. A fúria dos reis nos transporta até um mundo de glória e vingança, de guerras e magia, onde poder e miséria podem se alterar no virar de uma página. Uma obra singular da literatura fantástica.
A conclusão da leitura ocorreu no mês de novembro, mas, infelizmente, apenas hoje pude me dedicar a essa resenha. Por tratar-se de um segundo volume de uma série de livros, fica muito complicado falar sobre ele sem soltar alguns spoilers da história e do que vem acontecendo aos personagens. Então, assim como eu fiz na resenha de "Convergente", tentarei, ao máximo, focar apenas nas minhas percepções.

Bom, eu estava querendo ler esse livro desde julho, quando finalizei a leitura do primeiro volume da saga, "A Guerra dos Tronos". Aproveitei minha ida à Feira do Livro de Porto Alegre e consegui adquiri-lo por um ótimo preço (apenas R$ 30,00, na Ladeira Livros), sendo a única banca onde o livro era vendido nesta edição específica, de 2011.


A escrita de George R.R. Martin segue o mesmo padrão do livro anterior, com cada capítulo apresentando a perspectiva de um personagem. Narrado em terceira pessoa, a forma como os capítulos são divididos acrescenta muito à história, expondo, de forma dinâmica, o que vem o ocorrendo em Westeros. Assim como em A Guerra dos Tronos, os personagens narrados nos capítulos continuam sendo Daenerys, Tyrion, Jon, Catelyn, Sansa e Arya. No entanto, o livro atual inclui mais dois personagens: Sor Davos, cavaleiro juramentado a Stannis Baratheon, e Theon Greyjoy, protegido dos Stark e herdeiro das Ilhas de Ferro.

Como fã de Game of Thrones e, agora tendo a oportunidade de realizar a leitura da saga, posso dizer que estou encantada por esses livros. Apesar de a série acompanhar, quase que fielmente, a escrita de Martin, com os livros torna-se possível obter alguns detalhes que não chegaram a ser incluídos no projeto da HBO (até acredito que foi deste volume que nasceu a teoria sobre quem seriam os pais de Jon Snow)

Sempre soube que a grande fama desses livros deve-se, principalmente, às batalhas e guerras travadas pelos grandes senhores dos Sete Reinos. No entanto, o detalhe que me encanta está presente nos diálogos. Basicamente, aqueles envolvendo a Rainha Cersei e Tyrion Lannister – basta os dois aparecerem juntos que se torna impossível abandonar a leitura. Além do mais, Tyrion continua sendo um dos meus personagens favoritos da saga.

E minha outra favorita é a nossa “Mãe dos Dragões”, Daenerys Targaryen. Enquanto que em "A Guerra dos Tronos", os capítulos destinados a Khaleesi foram ótimos e bem elaborados; em "A Fúria dos Reis", considerei sua história mal trabalhada e aproveitada, sendo muitos os pontos desnecessários para a narrativa (até arrisco-me a dizer que, dessa vez, a série soube ser muito melhor do que o livro). 

Theon Greyjoy, que no primeiro volume mal foi explorado, desta vez, finalmente pode mostrar a que veio. Apesar de entender que suas atitudes são importantes para o desenvolvimento da narrativa, os seus capítulos são os mais chatos de toda a obra de Martin. 


Sobre a edição, repetindo meu comentário anterior, foi difícil de encontrar. Eu queria exatamente esta, datada de 2011, para dar continuidade à minha coleção. Adoro essa capa e, em especial, a primeira e última página que apresentam um mapa completo do Reino de Westeros.



Enfim, Martin mostrou o porquê de ser considerado um dos maiores autores da atualidade. A trama é excelente, apresentando personagens sólidos e uma história capaz de prender o leitor do início ao fim. Indico a todos, principalmente àqueles que, assim como eu, possuem interesse em sagas com elementos fantásticos. 

08 novembro 2016

RESENHA: Convergente – Veronica Roth

A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. Em Convergente, o poderoso desfecho da trilogia de Veronica Roth iniciada com Divergente e Insurgente, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. 
Um ano após iniciar a leitura de Divergente, consegui, enfim, finalizar a trilogia. Por tratar-se do encerramento de uma série, é difícil falar sobre a trama sem entregar grandes spoilers sobre os acontecimentos dos livros anteriores. Assim sendo, nesta resenha eu não relatarei os acontecimentos em si, falarei apenas sobre minha opinião a respeito da leitura. 

Bom, eu já havia assistido ao filme Convergente (e odiado) e, desde então, desejava realizar a leitura do livro, a fim de saber como a história realmente se desenrolava. Posso adiantar que o filme deixou alguns pontos principais, mas modificou absolutamente todo o resto, descaracterizando totalmente a obra criada por Veronica Roth. 


Sobre o livro, eu considerei o mais fraco dos três. Ao contrário dos anteriores, a trama não possui muita ação, focando mais na forma como os personagens estão lidando com os problemas apresentados ao longo da história. A grande questão que envolve a trama, com foco na origem das facções e o fator divergente, eu considerei relativamente fraca. Acreditava que seria algo muito maior e melhor desenvolvido. 


Diferentemente dos livros anteriores, em que a narrativa era apresentada apenas pela perspectiva de Tris, a trama atual traz uma novidade: os capítulos são intercalados entre a protagonista e Quatro (que estava muito chato neste livro, melhorando apenas no final). Essa ideia trouxe alguns pontos positivos para o desenvolvimento da história, deixando-a mais dinâmica em momentos em que ambos os personagens encontravam-se envolvidos em suas próprias tramas, transmitindo ao leitor a visão de cada um diante dos acontecimentos. No entanto, essa forma de narrativa me deixou um pouco confusa em certos momentos, sendo necessário voltar ao início do capítulo apenas para verificar quem estava narrando determinada situação. Apesar disso, entendo que essa mudança na maneira de contar a história foi necessária, principalmente, para a conclusão da obra, cujo final eu gostei, achando bastante coerente com o desenvolvimento da personagem ao longo da trilogia.


Para finalizar, tenho a opinião de que a história foi, aos poucos, se perdendo. O que deveria ser a conclusão de uma trilogia, até então, excelente, tornou-se, infelizmente, um livro arrastado, sem grandes emoções e, por vezes, cansativo demais. 

02 novembro 2016

RESENHA: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada – J.K. Rowling, John Tiffany & Jack Thorne

Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar. Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados.
Desde que rumores a respeito da publicação de um oitavo livro da série foram confirmados, meu lado potterhead se iluminou. Foi, pelo menos para mim, uma longa espera até o lançamento oficial em português (antecipado em três dias, na Feira do Livro de Porto Alegre).


O livro trata-se, na verdade, de uma edição do roteiro de ensaio da peça de mesmo nome,que estreou em julho deste ano, em Londres. Nele, somos apresentados a um Harry mais velho, prestes a completar quarenta anos, importante funcionário do ministério, casado com Gina e pai de três filhos (Tiago, Alvo e Lílian). A história tem início no ponto onde o sétimo livro da série (as Relíquias da Morte) foi encerrado: dezenove anos após a Batalha de Hogwarts, a família Potter reúne-se na plataforma 9 ½, com Alvo prestes a embarcar para seu primeiro ano em Hogwarts. 

A partir de então, a narrativa começa a ganhar seus contornos. Alvo, perseguido pela fama de ser o filho do Menino-Que-Sobreviveu, não consegue adaptar-se muito bem à vida escolar, desenvolvendo certa dificuldade em fazer amigos, principalmente ao ser enviado, pelo Chapéu Seletor, para uma casa diferente da de sua família. Conta apenas com a companhia de Escórpio Malfoy, um garoto igualmente solitário e filho de Draco, grande rival de Harry, em Hogwarts. E é essa amizade, juntamente com a dificuldade de ambos se entenderem com os pais e a maneira como lidam com o peso de serem filhos de quem são, que norteia toda a trama e gera algumas consequências aos personagens. 

O livro é legal, mas é perceptível durante a leitura que Rowling não colocou muito o dedo na história. Li em alguns lugares que a obra parecia muito com uma fanfic e eu tive a mesma impressão. Alguns pontos são apresentados de forma superficial, em nada parecido com o que foi mostrado até então, ao longo de toda a saga. As situações impostas aos personagens e o modo como eles lidam com elas são pouco trabalhadas, sem falar no modo em que o personagem de Rony Weasley é retratado: apesar de incluído como um alívio cômico, acabou por soar apenas como alguém sem profundidade. Mas se a história me decepcionou em alguns pontos, em outros me surpreendeu. Adorei conhecer o personagem de Escórpio e o desenrolar de sua amizade com Alvo. 

É importante lembrar que a história é totalmente escrita em forma de roteiro de peça, sendo construída quase exclusivamente por diálogos, então algumas pessoas podem estranhar um pouco. Mas é exatamente esse fato que faz a leitura fluir, desenvolvendo-se rapidamente.


E como grande fã de Harry Potter, foi incrível ter a oportunidade de acompanhar mais um capítulo dessa saga que marcou a minha vida. A cada virada de página e cada diálogo que remetia ao passado, eu sentia uma forte pontada de nostalgia. Foi ótimo voltar a esse mundo e acompanhar o que aconteceu com os personagens com os quais eu cresci, que muito me fizeram rir e me emocionar. 

Foi ótimo voltar a Hogwarts! 

18 outubro 2016

RESENHA: Morte na Rua Hickory – Agatha Christie

Resultado de imagem para morte na rua hickory agatha christie
Em mais essa aventura de Agatha Christie, o detetive particular Hercule Poirot está às voltas com sua assistente, srta. Lemon, para tentar descobrir a causa de incidentes muito estranhos ocorridos em uma pensão freqüentada por jovens estudantes.
Nesta trama, o leitor encontra-se novamente com Hercule Poirot, um dos detetives mais conhecidos das obras de Christie.

Desta vez, Poirot resolve auxiliar a Sra. Hubbard, responsável por uma pensão destinada a estudantes – e irmã de sua secretária (Srta. Lemon) – a solucionar uma série de estranhos furtos que vem ocorrendo no local. O que parecia ser uma simples investigação, com uma rápida confissão, transforma-se em investigação policial, quando um dos estudantes amanhece morto, junto a uma suspeita carta de homicídio. A partir de então, Poirot, auxiliando a polícia a pedido do Inspetor Sharpe, inicia uma investigação, onde todos os moradores da pensão da Rua Hickory, 26, tornam-se suspeitos. 

A narrativa segue os mesmos padrões dos clássicos de Agatha Christie, repleta de mistérios e reviravoltas. Entretanto, não chega aos pés das obras mais famosas da escritora britânica. A história desenrola-se de maneira simples, tornando-se uma leitura fácil e, com suas 150 páginas, rápida.

Conheci Agatha Christie quando eu tinha uns 14 anos e já perdi a conta de quantos dos seus livros eu já li. Apenas aqui em casa, existem uns 30 livros dela, sendo o meu primeiro, "Assassinato no Expresso Oriente", um dos meus preferidos. 

Então, para quem não leu um livro da autora, recomendo muito. Seus romances policiais são uma delícia de ler, envolvendo sempre muitas reviravoltas até os crimes conseguirem ser solucionados. Além disso, é ótimo tentar adivinhar quem é o culpado!

29 setembro 2016

"Animais Fantásticos e Onde Habitam": Trailer final divulgado



Olá, pessoal! Post curtinho, dessa vez...
Faltando menos de dois meses para a estreia, Animais Fantásticos e Onde Habitam teve um novo trailer divulgado! O lançamento ocorreu durante o programa de Ellen DeGeneres e é possível conferir, em relação aos divulgados anteriormente, várias cenas novas.
O trailer (que está incrível e pode ser conferido abaixo) apresenta um pouco mais das criaturas fantásticas presentes na história, alem de novos personagens. E quem acompanha a saga Harry Potter percebe que Grindelwald, o famoso bruxo das trevas derrotado por Dumbledore, também é rapidamente mencionado. 


Para quem não sabe, a história ocorre setenta anos antes de "Harry Potter" e narra as aventuras de Newt Scamander, famoso magizoologista do mundo mágico, durante uma viagem a Nova York. No filme, o bruxo (interpretado pelo ganhador do Oscar, Eddie Redmayne) viaja aos Estados Unidos acompanhado de sua maleta, onde contém uma grande variedade de criaturas mágicas – raras e ameaçadas –. catalogadas por ele próprio, ao longo de suas viagens pelo mundo. Lá, além de enfrentar uma grave ameaça de exposição à Comunidade Bruxa, terá que recapturar os animais, que acabam escapando de sua maleta.Com roteiro da própria J.K. Rowling e direção de David Yates (o mesmo foi responsável pelos quatro últimos filmes da Saga Harry Potter), a trama traz, no elenco, atores como Colin Farrell, Ezra Miller, Jon Voight e Ron Perlman. 
 E quem quiser conferir os outros vídeos já divulgados, pode acessá-los aqui.

23 setembro 2016

RESENHA: O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares – Ransom Riggs




Eleito uma das 100 obras mais importantes da literatura jovem de todos os tempos, O orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, é um romance que mistura ficção e fotografia. A história começa com uma tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares. Elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo. E, de algum modo - por mais impossível que possa parecer - ainda podem estar vivas. 
            No início deste ano, durante visita a uma livraria, me deparei com “Cidade dos Etéreos”, segundo livro de uma série até então desconhecida para mim. Minha atenção foi imediatamente atraída pela imagem presente na capa. Após folheá-lo, me encantei com as fotos antigas e sombrias que ilustram a obra. Desde então, passou a integrar minha listinha de leitura.
            Entretanto, apenas agora consegui (depois de uma ótima promoção do Submarino) adquirir os dois primeiros livros da série que teve o terceiro volume (Biblioteca de Almas) lançado, recentemente, no Brasil.


Uma ilha misteriosa.Um orfanato abandonado.Uma estranha coleção de fotografias muito peculiares.
           O primeiro livro, O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, nos apresenta ao protagonista Jacob Portman, um garoto de 16 anos. Quando criança, Jake encantava-se com as fantásticas histórias sobre o passado de seu avô, Abe – um judeu polonês que, durante a Segunda Guerra Mundial, refugiou-se no País de Gales, em um lar habitado por crianças capazes de realizar coisas consideradas nada comuns. Porém, conforme foi crescendo, Jake passou a acreditar cada vez menos nessas histórias: será que não eram apenas invenções de seu avô para apagar as memórias horríveis sobre sua fuga da Polônia nazista?


            Após a estranha morte de Abe, Jake viaja até o País de Gales com o objetivo de descobrir um pouco mais do local e das pessoas que habitaram o imaginário de seu avô. No entanto, essa viagem acaba revelando que as antigas histórias podem não ser tão fantasiosas quanto ele, até então, acreditava. Jake é, então, apresentado ao lar onde seu avô passou tanto tempo, às crianças que o habitavam e seus dons peculiares. Mas é possível essas crianças estarem vivas após tantos anos? 


O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares inova na forma como a história é apresentada, com as fotografias de época dando um toque sombrio, encaixando-se perfeitamente ao desenrolar da trama. 


O livro, narrado em primeira pessoa pelo protagonista, é de uma leitura fácil e rápida. Posso dizer que se trata de um bom livro, mas apenas isso. Eu havia criado muita expectativa em torno da história, então acabei me decepcionando. Gostei mais da primeira metade da trama – onde o mistério em torno do passado de Abe Portman ainda estava presente –, comparada à ação apresentada na segunda parte. Além disso, acredito que o romance do casal protagonista poderia ter sido explorado de forma um pouco diferente - tudo ocorre rápido demais e sem muito sentido, pelo menos para mim. Mas nada que estrague a leitura e a curiosidade para descobrir o que irá ocorrer no segundo livro da série.  


Por fim, ressalto a adaptação cinematográfica da obra, dirigida por Tim Burton, com estreia prevista para o próximo dia 29 de setembro. O filme, cujo trailer pode ser conferido abaixo, traz, em seu elenco, atores como Eva Green, Asa Butterfield,  Samuel L. Jackson e Judi Dench. E, para quem já leu o livro, é possível perceber uma mudança significativa na adaptação para o cinema.



31 agosto 2016

RESENHA: A Incendiária – Stephen King


Andy McGee e sua esposa Vicky foram usados numa experiência secreta enquanto eram adolescentes. Eles acabaram se casando e tendo uma filhinha, Charlene "Charlie" McGee. A menina acabou herdando os genes modificados dos pais, e nasceu com o dom da pirocinesia, que significa que ela pode atear fogo em tudo que quiser. Charlie, como é pequena, não sabe controlar seus poderes, e acaba sendo avistada pela Oficina, uma sociedade secreta que investiga e explora humanos com poderes especiais. 
            A Incendiária foi escrito por Stephen King.
Este fato, por si só, já o torna recomendável para leitura. Conhecido como o autor de grandes clássicos literários de terror e suspense sobrenatural, como O Iluminado e Carrie, a Estranha – além de O Cemitério, meu preferido dele –, King apresenta mais uma obra desse gênero.
            Assim como o caso de O Buraco da Agulha, este livro pertence às minhas tias e já havia tentado lê-lo algumas vezes – principalmente depois de realizar, em sequência, a leitura de algumas obras do autor –, mas, apesar da sinopse, o início da história nunca me empolgou. Este mês, assisti à primeira temporada de Stranger Things, série incrível da Netflix, que apresenta, entre seus personagens principais, uma menina possuidora de certos poderes (como a telecinesia) – resultado de alguns testes com drogas feitos em sua mãe durante a gestação – e que cresceu vítima de experiências científicas realizados por um departamento secreto do governo americano. Foi justamente este o fato que me fez associá-lo com A Incendiária, despertando, enfim, minha curiosidade para realizar a leitura completa da obra. E não me arrependi.
            Em comparação com Stranger Things, os pais de Charlie, Andy e Vicky, também participaram, quando universitários e em troca de dinheiro, de uma experiência envolvendo drogas. Como resultado do teste, ambos desenvolveram alguns dons peculiares: enquanto Vicky consegue mover pequenos objetos com a mente, Andy pode, à custa de grande esforço, influenciar pessoas em suas decisões e atitudes. Charlie, entretanto, nasceu com um dom muito maior. Ela possui a habilidade de colocar fogo em objetos e pessoas, apenas com a força do pensamento, principalmente em situações envolvendo raiva ou nervosismo. Mas como uma criança pode ser capaz de controlar um poder como esse?
A história já é iniciada com Andy e Charlie fugindo dos agentes da Oficina – departamento secreto responsável pela aplicação do teste em Andy e Vicky que pretende realizar testes científicos em Charlie. Essa narração inicial peca um pouco no cansaço, mas logo a história ganha fôlego, tornando-se difícil largar a leitura. O interessante são as várias partes do livro apresentadas em flashback, onde momentos cruciais são apresentados para o melhor entendimento da obra, como, por exemplo, a experiência realizada com os McGee, os primeiros anos de Charlie e sua relação com a pirocinesia, além de narrar o que realmente aconteceu à Vicky.
Por fim, percebe-se que, mesmo possuindo 410 páginas, a história flui naturalmente, não apresentando grandes enrolações, como costuma ocorrer em outras obras do autor. Apesar de todas as qualificações, comparada aos grandes sucessos conhecido de Stephen King, A Incendiária pode ser considerada uma obra mediana.
O livro foi escrito, originalmente, em 1980. E, desde então, a obra ganhou apenas duas edições em português, ambas no mesmo ano. Uma pena, pois deve ser bem complicado adquiri-la atualmente.
Em pesquisa pela internet, descobri a realização, em 1984, de uma versão cinematográfica da obra. O filme – intitulado, no Brasil, como Chamas da Vingança –, traz Drew Barrymore, ainda criança, no papel de Charlie. 


01 agosto 2016

"Harry Potter and the Cursed Child" - Estreia da peça e lançamento do livro


            Eu sei que é o terceiro post seguido referente ao mundo de “Harry Potter”, mas a razão é simples: o ano de 2016 está sendo ótimo para os fãs do bruxo, principalmente aos que cresceram junto com o personagem, como é o meu caso.
            Além da estreia, em novembro, de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” (já comentei sobre isso aqui), este ano temos a peça de “Harry Potter and the Cursed Child” e o lançamento da edição impressa de seu roteiro.

        A peça  


"A oitava história. Dezenove anos depois.
Baseada numa história original inédita escrita por J. K. Rowling, Jack Thorne e John Tiffany, Harry Potter and the Cursed Child, uma peça de Jack Thorne, é a primeira história oficial de Harry Potter a chegar aos palcos. 
Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar.
Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados."

A estreia da peça ocorreu no sábado, 30 de julho, em Londres.
Criada por Jack Thorne e John Tiffany, além da própria J.K. Rowling, a história se inicia no ponto onde o último livro da saga (“as Relíquias da Morte”) terminou, apresentando um Harry adulto, funcionário do Ministério da Magia, casado com Gina Weasley e pai de três filhos: Tiago Sirius, Alvo Severo e Lílian Luna. Conforme sinopse da peça, enquanto Harry “lida com um passado que se recusa a ficar no lugar ao qual pertence", seu filho, Alvo, enfrentando seu primeiro ano em Hogwarts, precisa aprender a conviver com o peso do legado de sua família.  
Com ingressos esgotados até o mês de maio, a peça é dividida em duas partes, com duração de duas horas e meia cada.


Conforme informações do site Adoro Cinema, existe a possibilidade de “Harry Potter and the Cursed Child” chegar às telas de cinema, pois surgiram, no início de julho, rumores a respeito da Warner Bros. ter dado entrada no pedido de registro da marca. Entretanto, ainda segundo o site, Rowling, em fevereiro deste ano, já havia  manifestado, em sua conta no Twitter, que não teríamos um filme baseado na peça. 

O livro



            Apesar de ser divulgado, por muitos, como “a oitava história de Harry Potter”, a obra trata-se, exclusivamente, da versão impressa do roteiro da peça. Em comemoração ao aniversário de Harry e da própria J.K. Rowling, as edições britânica e americana do livro foram lançadas, mundialmente, à meia-noite de 31 de julho. E, segundo algumas críticas, o livro cumpre bem o papel de contar mais um capítulo da saga.
Quarta-feira passada (27), a Editora Rocco anunciou, através de seu site oficial, a data de publicação da obra traduzida para o português. Intitulado “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, o livro será lançado, nas livrarias brasileiras, no dia 31 de outubro. Porém, sua pré-venda já estará disponível a partir de 16 de agosto. Segundo a editora, os pontos de venda serão anunciados em suas redes sociais, em breve. 
Ainda, conforme a Rocco, o livro trata-se de uma “Edição Especial de Ensaio de Harry Potter and the Cursed Child que 

“conterá a versão do roteiro do período de produção da peça, semanas antes da estreia do espetáculo. O roteiro está sujeito a alterações depois da publicação da Edição Especial de Ensaio, motivo pelo qual esta edição estará disponível por tempo limitado, a ser substituída pela Edição Definitiva, posteriormente. Mais detalhes sobre a Edição Definitiva serão anunciados oportunamente”. 
            Apesar de todo o sucesso que a saga continua apresentando com o passar dos anos, J.K. Rowling confirmou, infelizmente, em entrevista à Reuters que este o roteiro da peça será seu último lançamento sobre “Harry Potter”: “Não. Não. Ele passa por uma grande viagem durante estas duas peças e, sim, acho que terminamos. Esta é a próxima geração, você sabe. Então, estou muito feliz de vê-lo realizado, mas não, Harry acabou.” 

            Agora é torcer para que outubro venha logo!!

28 julho 2016

"Animais Fantásticos e Onde Habitam": Divulgados novos vídeos


            No último final de semana, a Warner Bros. aproveitou a Comic-Con 2016 para divulgar o mais novo trailer de Animais Fantásticos e Onde Habitam. 


            Para quem não sabe, a história ocorre setenta anos antes de "Harry Potter" e narra as aventuras de Newt Scamander, famoso magizoologista do mundo mágico, durante uma viagem a Nova York. No filme, o bruxo (interpretado pelo ganhador do Oscar, Eddie Redmayne) viaja aos Estados Unidos acompanhado de sua maleta, onde contém uma grande variedade de criaturas mágicas – raras e ameaçadas –. catalogadas por ele próprio, ao longo de suas viagens pelo mundo. Lá, além de enfrentar uma grave ameaça de exposição à Comunidade Bruxa, terá que recapturar os animais, que acabam escapando de sua maleta.
            Nesta terça (26), a Warner Bros. divulgou um vídeo onde J.K. Rowling comenta sobre a história, além de uma breve entrevista com o ator que interpretará o protagonista. 


            Com roteiro da própria J.K. Rowling e direção de David Yates (o mesmo foi responsável pelos quatro últimos filmes da Saga Harry Potter), a trama traz, no elenco, atores como Colin Farrell, Ezra Miller, Jon Voight e Ron Perlman. 
            Quem quiser conhecer sobre a Magia na América do Norte, Rowling vem divulgando, aos poucos, algumas histórias no Pottermore. Abaixo, segue um vídeo, disponibilizado pelo site oficial do filme, convidando o público a ler tais histórias. 


O filme estreará, nos cinemas brasileiros, no próximo dia 17 de novembro. Em tempo, vale ressaltar que a história ganhará duas continuações, previstas para 2018 e 2020.

17 julho 2016

Harry Potter e a Pedra Filosofal - Edição Ilustrada

"Primeiro dos sete livros da série que se tornou o maior fenômeno editorial de todos os tempos, com mais de 450 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Harry Potter e a pedra filosofal chega às livrarias brasileiras (...) em edição ilustrada. Perfeita para a legião de fãs da série de J.K. Rowling e para as novas gerações que estão descobrindo a leitura, a nova edição é ilustrada por Jim Kay, ganhador da Kate Greenaway Medal, que fez um trabalho minucioso ao recriar o universo de Harry Potter em imagens e cores. Com projeto gráfico sofisticado, o livro, que traz o texto integral de J.K. Rowling, chega às lojas com capa dura, sobrecapa, miolo em papel couché e protegido por uma luva ilustrada."
            Harry Potter faz parte da minha vida. 
Sou fã de longa data da série – mais precisamente, desde os dez anos (quando assisti ao primeiro filme). Dois anos depois, ganhei o primeiro livro e, a partir de então, me apaixonei por esse universo. Já li e reli inúmeras vezes cada um dos sete livros. A adolescência foi um período complicado pra mim e as histórias de Harry e seus amigos me ajudaram a enfrentar essa fase, tornando-se um dos grande responsáveis pela pessoa que eu me tornei.
            Então, desde o momento, ainda em 2013, onde foi divulgada a informação que uma edição ilustrada da obra de J.K. Rowling seria lançada, eu desejei profundamente tal livro. A espera, confesso, foi longa. O lançamento nacional ocorreu apenas em junho deste ano. Mas esse mês chegou meu aniversário e, com ele, este presente lindo – dado pelo meu namorado <3 !


            Eu tinha uma expectativa muito alta em torno desta edição e, felizmente, não me decepcionei nenhum pouco. O trabalho de Jim Kay é realmente fantástico! Suas ilustrações são lindas, dando um novo tom ao universo criado por Rowling.


Tanto o cenário, quanto os personagens – imortalizados em nosso imaginário com a versão cinematográfica da obra – ganharam vida em nova forma, conforme são descritos na história e belamente interpretados por Kay.




            Doze anos após a primeira leitura (e várias releituras) d’a Pedra Filosofal, essa edição trouxe, ao menos para mim, um novo sabor à história, como se acabasse de me deparar com ela. 


            A Rocco, editora responsável pela publicação da série, no Brasil, disponibiliza, em seu site, o primeiro capítulo do livro (pdf). Além disso, às vésperas da publicação, lançou um vídeo de unboxing da versão brasileira: 


            A edição ilustrada do segundo livro da série, Harry Potter e a Câmara Secreta, tem lançamento previsto, de acordo com o Pottermore, para outubro de 2016, na Inglaterra e Estados Unidos. A Rocco ainda não se pronunciou quanto ao lançamento da versão traduzida da obra, mas, provavelmente, ocorrerá em meados do próximo ano. 

            Agora, é aguardar o próximo! :) 


13 julho 2016

RESENHA: Depois de Você - Jojo Moyes


"Quando uma história termina, outra tem que começar.Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.Em Depois de você, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente."

Logo no início da história, o leitor percebe como a vida da protagonista, Louisa Clark, se transformou desde a partida de Will. Diferentemente de Como eu era antes de você, nos deparamos com uma Lou triste e solitária, abalada com todas as consequências deixadas pela perda de quem se ama. Decidida a fugir desse passado e às pessoas que a ligam a ele, Lou (depois de viver alguns meses no exterior, viajando pelo mundo) se muda para Londres, onde opta por passar seus dias trabalhando em um emprego que ela detesta e morando em um apartamento que não sente como sendo seu. Em meio a tudo isso, ainda carrega a culpa por não estar vivendo a vida do modo aconselhado por Will.
Nessa sua luta para recomeçar a vida e reaprender a ser feliz, somos apresentados a outros personagens, que, assim como ela, buscam se reerguer: seus colegas do “Seguindo em Frente” (o grupo de apoio a qual é obrigada, por seu pai, a participar), Sam (o paramédico que a socorre logo no início da narrativa) e Lily (uma adolescente problemática que, repentinamente, aparece em sua porta e promete mudar seu futuro).
Igual a todos que leram e se emocionaram com a história do primeiro livro, eu também estava bastante curiosa para saber como a Lou havia seguido sua vida. A trama é boa e não dá vontade de largar a leitura. Também preciso dizer que me decepcionei em alguns pontos – a narrativa, em sua primeira metade, deixa um pouco a desejar, em razão de algumas atitudes de sua protagonista, principalmente com relação a Lily. Mas são esses os detalhes que tornam a personagem mais humana. Além disso, é emocionante ver a Lou evoluindo e aprendendo a aceitar as mudanças que a vida lhe proporcionou.
Enfim, essa obra fala sobre luto, família e recomeço. Entretanto, acredito que, para compreendê-lo do modo como a história da Lou merece, ele deva ser lido como um livro a parte, sem muitas comparações com seu antecessor.

07 julho 2016

RESENHA: O Buraco da Agulha - Ken Follett




“Este clássico de espionagem ambientado na Segunda Grande Guerra é repleto de tramas mirabolantes e intrigas internacionais. Um brilhante espião alemão, de codinome Agulha, corre contra o tempo para descobrir o segredo dos aliados e aniquilá-los. O espião fará de tudo, até mesmo tentar matar a bela inglesa por quem se apaixona, para conseguir seu intento e ajudar a Alemanha a vencer a guerra. Mas o seu grande engano foi não contar com a perspicácia da mulher. Os dias turbulentos que antecederam o desembarque na Normandia, o famoso Dia D, e um ritmo muito acelerado fazem desse suspense um hipnotizante thriller psicológico.”
            Esse livro, datado de uma edição de 1986, pertence às minhas tias, como quase 90% dos livros existentes aqui em casa. Recentemente, ele foi relido por uma delas, que me indicou. Por ser de autoria de Ken Follet – de quem li os dois primeiros títulos da trilogia O Século (Queda de Gigantes e Inverno do Mundo) e narrar acontecimentos durante a Segunda Guerra Mundial – assunto pelo qual me interesso bastante –, resolvi lê-lo também. Além disso, envolve espionagem, tema relativamente novo para mim.
            A trama acompanha a jornada do brilhante espião alemão – e homem de confiança de Hitler – Henry Faber (chamado Die Nidel, a Agulha), na Inglaterra, desde as vésperas da II Guerra até o seu envolvimento na investigação dos planos de ataque dos Aliados, em 1944. Cruzando a Grã-Bretanha em seu encalço, somos apresentados a dois personagens – o investigador Bloggs e o historiador Percy Godliman, recrutados pelo MI5 (serviço de inteligência britânico de segurança interna e contraespionagem) a fim de auxiliar na identificação de possíveis espiões. Paralelamente, temos Lucy Rose – uma jovem mulher com problemas no relacionamento, vivendo, com o marido e o filho de três anos, em uma solitária e isolada ilha, no norte da Escócia –, que tem sua vida alterada com a chegada misteriosa de Faber.
            Os personagens são extremamente bem construídos, com suas histórias narradas de forma intercalada, sob o ponto de vista de cada um, com seus destinos cruzados em algum momento. A trama evolui sem muitos rodeios (apesar de em alguns pontos, eu considerar o desenvolvimento rápido demais), tornando-se um dos pontos positivos da obra de Follet, que apresenta um propósito final a cada detalhe ou personagem, por menor que seja.
            O livro me surpreendeu bastante. Recomendo a quem goste de uma boa história de espionagem ou, assim como eu, esteja interessado em conhecer um pouco mais desse universo.
            A obra, originalmente lançada em 1978, recebeu o Edgar Award de melhor romance daquele ano. Posteriormente, em 1981, uma adaptação para o cinema foi realizada, com Donald Sutherland no papel principal. Segue abaixo, o trailer (em inglês) do filme: