01 dezembro 2017

Dicas do Blog: "The Sinner"

Hoje, venho falar sobre The Sinner, minissérie disponível no Netflix, que eu, recentemente, maratonei.


Baseada no livro homônimo da escritora alemã, Petra Hammesfahr, The Sinner traz a atriz Jessica Biel (também produtora executiva da série) como a protagonista Cora Tannetti, uma mulher que leva uma vida aparentemente normal ao lado do marido, Mason Tannetti (Christopher Abbott), e do filho pequeno. Certo dia, durante um passeio em família, Cora, sem demonstrar nenhum motivo, esfaqueia, e mata, um homem a beira do lago. Com o local repleto de testemunhas, não resta dúvidas quanto à culpa de Cora, mas existe uma questão que nem mesmo ela consegue responder: quais motivos a levaram a cometer um crime tão brutal contra um completo desconhecido? 


Essa é a questão que mais intriga o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman). Segue-se, então, ao longo dos episódios, uma busca para solucionar o mistério por detrás do crime. Repleta de flashbacks, a produção explora o passado de Cora – ao lado de uma mãe extremamente religiosa e uma irmã doente –, as consequências psicológicas geradas na protagonista e como isso pode ter contribuído com o crime no lago. 

Com um total de oito episódios, a minissérie, originalmente transmitida pela emissora americana USA, estreou no início de novembro, na Netflix e, desde então, vem atraindo a interesse do público. Com uma trama recheada de mistério, com personagens complexos e disposta a explorar a mente humana, The Sinner peca em alguns detalhes. Os episódios centrais acabam por serem um pouco cansativos em comparação com o início e a conclusão da temporada. 


O personagem Ambrose, apesar da boa interpretação de Pullman, tornou-se irritante em determinadas passagens (principalmente, quando sua vida pessoal era introduzida na história). Mas nada que venha a prejudicar a qualidade da obra. Quanto ao final, apesar de ler críticas negativas sobre, achei interessante e coerente com o que foi apresentado ao longo dos episódios. 


E, para quem ficou curioso, segue o trailer legendado: 


22 novembro 2017

"Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald"

Na última semana (faltando, exatamente, um ano para a estreia), a Warner Bros. anunciou o título oficial da continuação das aventuras de Newt Scamander, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald.



Com a promessa de ser mais profundo que o longa anterior, conforme declaração do produtor David Heyman, sua sinopse também foi liberada:

No final do primeiro filme, o poderoso Bruxo das Trevas Gerardo Grindelwald (Johnny Depp) foi capturado pela MACUSA (Congresso Mágico dos Estados Unidos da América) com a ajuda de Newt Scamander (Eddie Redmayne). Mas, cumprindo sua ameaça, Grindelwald escapou e começou a reunir seguidores, que em sua maioria desconhecem seu verdadeiro propósito: elevar os bruxos de sangue puro para dominar todos os seres não-mágicos. Em um esforço para frustrar os planos de Grindelwald, Alvo Dumbledore (Jude Law) procura seu antigo  aluno, Newt Scamander, que concorda  em  ajudar, sem saber dos perigos que o aguardam. Linhas são traçadas quando amor e lealdade são testados, mesmo entre os amigos e familiares mais verdadeiros, em um mundo bruxo cada vez mais dividido.


Com a divulgação da primeira imagem oficial do elenco, percebe-se quais serão os personagens principais da sequência de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Segue abaixo algumas informações:

  • Jude Law caracterizado como Alvo Dumbledore quando jovem (não sei como será a interpretação, mas só pela imagem percebe-se o quanto ele está perfeito como o amado diretor de Hogwarts, na época professor de Transfiguração na Escola de Magia e Bruxaria).
  • Ezra Miller retorna como o personagem Credence Barebone (até então, se acreditava ter morrido no final do primeiro filme).
  • Claudia Kim aparece como uma Maledictus, a portadora de uma maldição no sangue que ultimamente fará com que ela se transforme em uma fera. A personagem fará parte do Circus Arcanus, um museu de aberrações humanas, cujo cartaz apareceu no primeiro filme. O site Cinepop publicou uma teoria bem interessante sobre ela, vale a pena conferir. 
  • Zoë Kravitz interpreta Leta Lestrange. Mencionada, anteriormente, em Animais Fantásticos 1, sabemos ter sido próxima de Newt, de quem se aproveitava no passado (mas ainda não temos certeza de quão próxima era essa relação). Agora, aparece noiva de seu irmão, Teseus Scamander, herói de guerra e chefe do escritório de aurores do Ministério da Magia (interpretado por Callum Turner). 
  • Katherine Waterston retorna como Tina Goldstein, que foi readmitida como auror do MACUSA.
  • Eddie Redmayne estrela novamente como o magizoologista Newt Scamander, que agora ganhou fama  no mundo bruxo como o autor de Animais Fantásticos e Onde Habitam, com o livro sendo lançado na Floreios e Borrões, no Beco Diagonal.
  • Dan Fogler reprisa o papel do único não-maj do grupo, Jacob Kowalski.
  • Alison Sudol continua no papel da legilimente Queenie Goldstein, irmã de Tina.
  • Johnny Depp, muito criticado pelo público, retorna como o poderoso bruxo das trevas Gerardo Grindelwald. Na imagem, ele aparece segurando a Varinha das Varinhas. 
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald terá a trama ambientada nas cidades de Nova York, Londres e Paria, no ano de 1927. 

Assim como o anterior, J.K. Rowling segue responsável pelo roteiro e a direção continua sob o comando do excelente David Yates. Sua estreia está marcada para 15 de novembro de 2018. 
 

09 novembro 2017

Edição Ilustrada de Animais Fantásticos e Onde Habitam chega às livrarias brasileiras

Na última terça-feira, 07 de novembro, chegou, às livrarias brasileiras, a versão ilustrada de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Como já havia sido adiantado aqui no blog, o lançamento da obra ocorreu simultaneamente à Inglaterra e Estados Unidos. 

Lançado, no Brasil, pela Editora Rocco, a nova edição do livro de J.K. Rowling, no qual são mostrados os animais do mundo bruxo (catalogados pelo magizoologista Newt Scamander), possui capa dura e suas ilustrações foram realizadas pela premiada artista Olivia Lomenech Gill. 


A capa traz o Occami, bípede emplumado, com asas e corpo de serpente e que põe ovos cujas cascas são feitas da prata mais pura e maleável. Ao longo das páginas, Olivia Lomenech Gill ilustrou cada criatura, da Acromântula ao Iéti, usando uma variedade de técnicas, incluindo gravura, aquarela e esboços a carvão.



Os lucros da venda desta edição, como é importante destacar, irão para a Comic Relief e para a Lumos, da própria J.K. Rowling, instituições de caridade que ajudam algumas das crianças e jovens mais vulneráveis do mundo a ter uma vida melhor. 

Estou muito ansiosa por essa edição!! Em breve, eu espero, poderei falar mais sobre ela! 😆

01 novembro 2017

RESENHA: Quarto - Emma Donoghue

Autora: Emma Donoghue
Ano: 2011
Páginas: 350
Editora: Verus
Sinopse: Para Jack, de 5 anos, o quarto é o mundo todo. É onde ele e a Mamã comem, dormem, brincam e aprendem. Embora Jack não saiba, o sítio onde ele se sente completamente seguro e protegido, aquele quarto de 11m², é também a prisão onde a mãe tem sido mantida contra a sua vontade. Contada na divertida e comovente voz de Jack, esta é uma história de um amor imenso que sobrevive a circunstâncias aterradoras e da ligação umbilical que une mãe e filho.

Jack é um menino inteligente, amoroso, curioso e ingênuo, que acaba de completar seus tão sonhados cinco anos (afinal, cinco é seu número favorito). Ele vive com a mãe no Quarto – um lugar minúsculo onde nasceu e cresceu. Ali, Jack também aprendeu a andar, falar e ler. Todos os dias, ele brinca, faz exercícios, lê e assiste Dora, a Aventureira na televisão. Para Jack, o Quarto é o mundo todo (lá tem a Cama, o Guarda-Roupa, o Tapete e o Cobertor). Fora dele, há apenas o espaço sideral e nada mais – exceto por um homem.

O Velho Nick é a única pessoa a quem Jack sabe da existência. Ele é quem traz comida, vitaminas, remédios, roupas e, principalmente, o Presente de Domingo. À noite, ele vem até o Quarto. Nesse momento, Jack já está deitado no Guarda-Roupa e, em vez de contar carneirinhos, se distrai contando os rangidos que o Velho Nick faz na Cama. Na manhã seguinte, quando Jack acorda, só existe ele e a mãe no Quarto, novamente. E essa é um pouco da rotina de Jack.

O que ele ainda não sabe é o seguinte: o Quarto é um galpão velho onde sua mãe é mantida em cativeiro há sete anos. Foi sequestrada pelo Velho Nick quando ainda era adolescente e, desde então, nunca mais teve contato com ninguém. Jack descobre, então que o Quarto não é nada comparado ao mundo: segundo a mãe, existe o Lá Fora, onde há árvores, pássaros, aviões e pessoas de verdade, e tudo o mais mostrado na televisão é real (exceto pela Dora, infelizmente, ela é apenas um desenho...). Lá Fora, a mãe também tem uma mãe e um pai, a quem Jack poderá chamar de vovô e vovó.

Apesar de, inicialmente, pouco acreditar nessas afirmações, Jack, aos poucos, vai se acostumando com a ideia de conhecer o Lá Fora. Depois de ajudar, mesmo contra a vontade, nos planos de fuga elaborados por sua mãe, ambos, enfim, escapam do Quarto. Entretanto, com esse novo mundo a ser explorado, Jack não demora a perceber quão diferentes serão as suas vidas longe daquelas quatro paredes.

“Quarto” já seria uma obra capaz de encantar apenas pela capacidade da autora, Emma Donoghue, em transformar um tema sério em uma leitura leve. Através de um olhar ingênuo de um garotinho de cinco anos, que está descobrindo o mundo) percebemos o quão forte são os acontecimentos ao redor e como, ao criá-lo em meio ao horror daquela situação, sua mãe fez o possível para protegê-lo. É um livro forte, com uma história triste e muito comovente. Em várias passagens, pude sentir a emoção dos personagens e, confesso, ter chorado junto. 

A obra já estava em minha listinha há algum tempo e, enfim, consegui realizar a leitura. Gostei muito da história, principalmente, por apresentar a vida dos protagonistas no quarto e o processo de adaptação de ambos, após a fuga. Além disso, achei interessante como a autora explorou a relação de mãe e filho e a dificuldade da primeira em enfrentar sua nova condição de vida (a qual tanto havia desejado). Entretanto, a narrativa me incomodou em alguns pontos. Apesar de elogiar a escolha da autora e perceber como a narração do Jack é o grande diferencial de o “Quarto”, admito que, em determinadas passagens, tornou a história um pouco cansativa e irritante, mas nada que viesse a alterar minha opinião final.  


O Quarto de Jack 

A adaptação cinematográfica da obra de Emma Donoghue, intitulada “O Quarto de Jack”, estrelada por Brie Larson (atriz vencedora do Oscar por esse papel) e Jacob Tremblay, chegou aos cinemas em fevereiro de 2016. Por desejar ler o livro primeiro, somente agora assisti ao filme e, simplesmente, adorei. Me deu uma nova percepção da história e da angústia de viver em um lugar tão pequeno quanto o quarto. Segue abaixo, o trailer legendado: 




E vocês, já leram ou assistiram o filme? Comentem! Vou adorar saber a opinião de cada um! 😉


20 outubro 2017

RESENHA: A Mulher do Viajante no Tempo - Audrey Niffenegger

Autor(a): Audrey Niffenegger
Ano: 2009
Páginas: 456
Editora: Suma das Letras
SINOPSE: "A Mulher do Viajante no Tempo" conta a história do casal Henry e Clare. Quando os dois se conhecem Henry tem 28 anos e Clare, 20. Ele é um moderno bibliotecário; ela, uma linda estudante de arte. Os dois se apaixonam, se casam e passam a perseguir os objetivos comuns à maioria dos casais: filhos, bons amigos, um trabalho gratificante. Mas o seu casamento nunca poderá ser normal. Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.

Em 26 de outubro de 1991, Henry tem 28 anos e Clare, 20. Nesse dia, Henry conhece a mulher responsável por mudar a sua vida. Ela, no entanto, já o conhecia há muito tempo – há quatorze anos, especificamente – e sabia que estava destinada a ser sua esposa. 

Clare tinha seis anos quando viu Henry pela primeira vez. Ela estava brincando, sozinha, na enorme propriedade da família, no Michigan, quando notou a presença de um estranho. Lá estava Henry, com uns trinta e tantos anos, nu, escondido atrás de um arbusto e se dizendo um viajante no tempo. Esta foi, também, a primeira vez que Clare o viu desaparecer. Ao longo dos anos seguintes, os dois ainda se viram muitas vezes. Através desses encontros (que podiam variar de uma tarde a um período de três dias), Henry foi espectador ativo do desenvolvimento de Clare, acompanhando todas as suas fases, desde a infância, onde a auxiliava nos deveres de casa e jogos de xadrez, à adolescência, enquanto esquivava-se das investidas de uma Clare já crescida e apaixonada. 

Henry tem, de fato, o dom (ou seria maldição?) de viajar no tempo. Atribuída a uma anomalia genética, essas viagens ocorrem de repente, sem Henry esperar ou planejar – basta apenas um momento de estresse ou euforia. 

HENRY: Como é a sensação? Como é? 
Às vezes é como se sua atenção se desviasse um instantinho. Então, sobressaltado, você percebe que o livro que estava na sua mão, a camisa vermelha de algodão xadrez com botões brancos, o jeans preto preferido e as meias marrons quase furadas, a sala, a chaleira prestes a apitar na cozinha: tudo isso sumiu. Você está em pé, pelado, dentro de uma vala, com água gelada até os tornozelos, numa estrada de terra não identificada. Você espera um minuto para ver se talvez vai voltar direto para seu livro, seu apartamento et cetera. Você passa uns cinco minutos xingando, tremendo de frio e torcendo para desaparecer.

Às vezes você tem a sensação de ter se levantado depressa demais, ainda que esteja deitado na cama meio dormindo. Você ouve o sangue correndo na cabeça, tem sensações de queda vertiginosas. Suas mãos e seus pés formigam e logo já não estão mais ali. Você se perdeu de novo.

Apesar de ter um emprego estável (até onde possa ser possível) como bibliotecário e ser uma boa pessoa, Henry, como é de se imaginar, não leva uma vida fácil: tem uma relação tumultuada com seu pai e exagera, constantemente, no uso de drogas e álcool. Isso tudo muda quando, enfim, conhece Clare. O relacionamento dos dois tem uma influência positiva em Henry, que começa a amadurecer e transformar-se, aos poucos, no homem que irá visitar/visitava Clare no campo. 

Assim como em qualquer casamento, a relação dos dois tem períodos complicados, dificultados ainda mais pela condição de Henry. Mesmo sabendo como seria sua vida, Clare sente-se, constantemente, solitária e preocupada. Henry some de repente, passa dias fora e, dependendo do período para onde foi, nunca se sabe as condições em que ele retornará. 

CLARE: é difícil ficar para trás. Espero Henry, sem saber dele, me perguntando se está bem. É difícil ser quem fica.
(...) Há muito tempo, os homens iam para o mar, enquanto as mulheres ficavam na praia, esperando e procurando o barquinho no horizonte. Agora espero Henry. Ele some sem querer, sem avisar. Espero. Tenho a sensação de que cada minuto de espera é um ano, uma eternidade. Cada minuto é lento e transparente como vidro. A cada minuto que passa, vejo uma fila de infinitos minutos, à espera. Por que ele foi aonde não posso ir atrás?

E, ao mesmo tempo, Henry sofre por deixá-la nessa situação.

HENRY: (...) E Clare, sempre Clare. Clare de manhã, sonolenta e de cara amassada. (...) Clare lendo, com o cabelo solto sobre o encosto da cadeira, passando hidratante nas mãos vermelhas e rachadas antes de dormir. A voz baixa de Clare está em meu ouvido com frequência.
Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás.

Gostei bastante do livro. Apesar de ser a obra de estreia da americana Audrey Niffenegger, ela soube conduzir extremamente bem a história. Com uma narrativa em primeira pessoa, a história é intercalada entre os pensamentos de Clare e Henry, tornando-se, assim, muito mais profundo o envolvimento do leitor com ambos os protagonistas. É um livro relativamente denso, exigindo do leitor sua máxima atenção (os detalhes são muito importantes nessa narrativa) – a história prende e emociona até o fim. E quando acaba, vem aquele conhecido desejo de quero mais. 

Confesso já tê-lo tentado ler, há alguns anos, e desistido logo no início. Dessa vez, me passou a mesma sensação de cansaço nas primeiras páginas. Entretanto, acabei insistindo e me apaixonando pelo livro, tornando-se um dos meus favoritos. Então, se você não gostar do início, dê uma chance; eu tenho certeza que não vai se arrepender.  



Caso você esteja achando a história levemente familiar, o livro teve os direitos comprados e uma adaptação foi feita, em 2009: o filme “Te Amarei Para Sempre”. Confira o trailer abaixo.



Estrelado por Rachel McAdams e Eric Bana, o longa foi, salvo algumas exceções, bastante fiel ao livro. Assistam, independente do livro. O filme é muito bom.