06 setembro 2017

RESENHA: O Segredo de Emma Corrigan - Sophie Kinsella

Ano: 2005
Páginas: 384
Editora: Record
SINOPSE: A vida de Emma Corrigan não é extremamente um livro aberto. Ela tem segredos que não revela para ninguém, muito deles sobre o seu trabalho e namorado. No entanto, durante uma viagem de avião repleta de turbulências, ela pensa que vai morrer e acaba contando todos os segredos para o bonitão ao lado.

Acabei de ler mais um livro de Sophie Kinsella e, assim como nos casos anteriores (Os delírios de Consumo de Becky Bloom e Fiquei com o Seu Número), fui novamente surpreendida por uma história divertida e leve. A escrita, totalmente em terceira pessoa e seguindo o conhecido estilo da autora, é clara e descomplicada, tornando a leitura fácil e rápida, podendo ser finalizada em pouco tempo.

Como uma típica representante do gênero chick-lit, a obra traz, como protagonista, a inglesa Emma Corrigan, de 25 anos. Assistente de marketing em uma empresa de produtos energéticos e esportivos, Emma trabalha e mora em Londres, onde divide o apartamento com a advogada Lissy, sua melhor e mais antiga amiga, e Jemina, uma moça meio irritante e extremamente mimada. Tem como namorado, o "loiro alto, bonito e inteligente" Connor, seu colega na Corporação Panther e que acaba de convidá-la para morarem juntos. 

Mesmo possuindo uma relação familiar complicada – vive dividindo e perdendo a atenção dos pais com a prima Kerry –, e com uma carreira profissional nada promissora, Emma possui uma vida bem normal. Até mesmo seus segredos são normais: afinal, quem nunca mentiu sobre o peso para o namorado ou exagerou um pouco no currículo? 

Trabalhando há onze meses, Emma é enviada a Glasgow, pela empresa, para uma reunião e vê nessa viagem a chance da tão esperada promoção (que, enfim, lhe dará alguma perspectiva de carreira). Infelizmente, nada sai como o planejado. Voltando da Escócia, seu voo sofre alguma turbulência e nossa protagonista acaba entrando em pânico (outro segredo: ela tem medo de aviões!). Desesperada e tendo a certeza de irá morrer, Emma começa a fazer algumas revelações para um americano ao seu lado. Entretanto, ela conta não apenas aqueles segredinhos citados acima, mas também algumas coisas constrangedoras e que, em situações normais, jamais seriam reveladas. Aqui estão alguns exemplos:

  • o fato de ter perdido a virgindade em seu quarto de hóspedes, enquanto seus pais assistiam ao filme Ben-Hur;
  • sua calcinha fio-dental (que Connor lhe deu em tamanho 38) estar realmente lhe incomodando;
  • ter matado o peixinho dourado de seus pais e, sem que percebessem, tê-lo o substituído por outro;
  • não saber se tem um ponto G e ter vontade de rir durante a transa;
  • detestar sua colega de trabalho e sempre molhar sua planta com suco de laranja;
  • sempre quebrar a impressora do escritório,
  • não fazer ideia do que significa a sigla Otan e nem do que se trata.
Sim, Emma fala muito e essas não foram nem 20% de suas revelações. 

Claro, o avião pousa normalmente e surge o constrangimento natural entre ela e o americano. Mas qual o problema se ele é um completo estranho e nunca mais se encontrarão? Pois então, o problema surge exatamente quando, já na empresa, Emma descobre que o tal americano é, na verdade, Jack Harper – fundador e presidente da Corporação Panther. 

Inicia-se, assim, a verdadeira história da trama: o desenrolar das confusões em que Emma acaba se metendo e a reviravolta causada pela inesperada entrada de Jack em sua vida. 

Apesar de possuir um final previsível, a trama ainda tem a capacidade de prender o leitor até sua última página. Recheada com muitas doses de humor e romance, eu, claramente, gostei da história. E se você tem o costume de ler e se divertir como esse gênero, tenho certeza de que também irá gostar.